Vê se tem cabimento, caro amigo.
Sempre fui chorona, por tudo. Choro no filme, choro na novela, choro na vida.
Porém é pouco provável que, apesar da grande quantidade, você consiga presenciar minhas lágrimas.
Não gosto, me incomoda. Não deixo.
Ainda não sei se faz bem ou mal ser assim, guardar o choro no peito até que a solidão permita que as lágrimas se precipitem. As vezes eu me pergunto se guardar o choro não deixa vestígios da dor aqui dentro, em forma de lágrimas que não conseguiram mais sair, aquelas do fundinho do peito.
Não sei.
Eu acho mesmo é que a gente tem mais é que chorar. Só choro e abraço tem o poder de diminuir as dores da vida. No choro, a gente subtrai. Cai, molha algum lugar e seca, ou evapora, e acabou. No abraço, a gente divide. A gente sente cada pedacinho da dor deixar o que é nosso e ser engolido pelo calor do corpo alheio. Dai pra frente o que acontece com a dor eu não sei. Acho que evapora, como a lágrima.
Na verdade, acho que não...Acho mesmo é que a dor some porque dividindo, a gente tem apoio, a gente se faz forte, a gente supera. Isso, superação.
Confesso que hoje mesmo eu tô precisando de tudo isso, do choro e do abraço, porque a dor é tão grande que precisa das duas formas de consolo.
Por que é que saudade tem que doer tanto?
Pior é essa saudade de quem se foi e não volta mais, não se encontra na rua por acaso, não se pode telefonar só pra ouvir a voz e acalentar um pouquinho das dores da falta.
Essa saudade não vai morrer nunca. Pelo contrário, tende a só aumentar.
E eu vou continuar aqui, sofrendo, chorando escondido depois que todo mundo dorme, porque eu não tenho mais você pra dormir comigo, Loira, e o sono agora demora mais pra chegar sem o seu quentinho peludo nas minhas costas.
Agora há de doer pra sempre.
'Os velhos olhos vermelhos voltaram de vez...'
Um comentário:
Sinta-se abraçada por mim *abraça*.
:~
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