04:35 am. Já é quarta-feira de cinzas, meus caros.
Mais um carnaval veio e se foi sem que eu notasse. Sofro da tal síndrome de ódio carnavalesco.
Um amigo, que é tomado pela mesma cólera que eu, disse que sua principal razão pra tal sentimento é o fato das pessoas todas parecerem se fantasiar de gente feia. Adorei.
As pessoas se fantasiam de gente feia, as pessoas se desvalorizam, as pessoas se irresponsabilizam, as pessoas perdem limites do ridículo, as pessoas mascaram tudo isso com muito álcool e chamam de felicidade.
O post não é necessariamente sobre carnaval, principalmente pelo fato de não viver a data e logo, não ter nada de bom a comentar a respeito. E eu penso assim: se não tenho nada de bom pra falar e acrescentar, me calo.
O post é aleatório. Tô com uma estranha grande vontade de falar unida ao pouco sono.
Vamos falar sobre o que?
Hoje a Lena saiu do BBB. Passei o dia lendo o blog dela e realmente temo pela saída dela. A única pessoa que pensava naquele programa.
Lena é um tipo admirável de mulher. Forte, incômoda, polêmica. Humana.
Sempre me senti admirada por mulheres assim. Talvez pelo fato de ter crescido cercada de bons exemplos. Minha mãe e minha irmã tem duas das personalidades mais fortes que eu conheço. A minha não saiu diferente, junto com o gênio do meu pai, que também não é fácil.
Dai que cresci assim, apaixonada pela atmosfera dramática que inflou pulmões como os de Clarice Lispector, Edith Piaf e Maysa. Mulheres de personalidades ácidas feitas com bases tão fortes nos sofrimentos e batalhas que encararam. Mulheres que viveram de dor, de amor, álcool, cigarros ou qualquer outro escape alternativo. Admiro.
Acho que é uma opção daquele velho peso que sempre carreguei nos ombros, aquele de sempre sofrer em exagero. No fundo, nasci pro drama, não tem jeito.
E por fora, o que se vê, é realmente diferente.
Adoro minha carcaça de durona. Com todo o sofrimento sem ou com razão que senti, não diria que aprendi a fingir, mas sim que hoje sei omitir o que se passa aqui dentro. Só abro pra quem me passa confiança.
Engraçado que me sinto segura falando aqui. Algo que publica meus sentimentos e permite que sejam invadidos por qualquer um. Mas sei que essa segurança vem do fato de viver num país onde a maioria considera ler uma atividade preguiçosa e na maioria das vezes, o tamanho dos meus vômitos emocionais entedia a grande maioria.
E se você se dá ao trabalho de ler, é porque se importa, porque se interessa.
Disso você já é digno de confiança.
Encerro o post aqui, quase que da mesma forma que comecei...
''Deixa eu brincar de ser feliz, deixa eu pintar o meu nariz...''
Um comentário:
Eu me importo. Eu te conheço. Eu nunca acho entediante o que você escreve.
Apesar das semelhanças, somos muito diferentes e eu te admiro tanto. Você é sofredora e não demonstra e mesmo que você não fale até pra mim, eu sei como se sente.
Eu tenho orgulho de te conhecer e de ser sua amiga, sabia? Tenho orgulho de ter vivido tudo o que já vivemos e de ser uma das poucas pessoas que te conhece por trás da carcaça de durona.
Eu te amo e pra mim você é um exemplo de mulher forte e de personalidade.
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