domingo, 30 de maio de 2010

Eu sei.

Eu sei que por muitas vezes você perdeu o fôlego só por estar ao lado dele e deseja impacientemente que a sua perda de fôlego hoje fosse pelo mesmo motivo, ao invés de ser pela falta que ele te faz. Eu sei que quando você olha pra algum canto da sua casa em que ele esteve ou em que você esteve com ele, bate um aperto no peito. Eu sei que todas as vezes que o telefone toca perto das onze*, você deseja que seja ele. Eu sei que em algumas noites você deseja com toda a sua força que o sono venha, porque você não suporta mais pensar que não o verá no dia seguinte. Eu sei que você fica pensando naquele sorriso doce que só ele tinha, no jeitinho que ele balançava o cabelo e na forma toda desleixada dele andar. Eu sei que ás vezes você se pega imaginando cenas onde você e ele estão juntos e felizes novamente.
Eu sei o quanto você sente falta daquele abraço apertado, e também sei que você faria de tudo para sentir ele só mais uma vez. Sei que tem vezes que você fecha os olhos e parece que está beijando ele novamente, como se fosse a primeira vez. Eu sei muito bem o quanto você sente falta dos beijos dele. Sei de tudo isso e mais um pouco. Sei que você se preocupa com o jeito que sai de casa, porque sai pensando que por um deslize você o encontre na rua. Sei que você é capaz de tudo pra ter ele de volta. Aqueles defeitos irritantes que só ele tinha, aquele jeito teimoso e aquela mania de sempre querer te tirar do sério, eu sei da falta que isso faz. Eu sei que você revive cenas, volta no tempo, deseja que seu passado se torne presente mais uma vez. E eu sei a dor que você sente quando descobre que seus planos de um futuro ao lado dele, não serão mais realizados. Eu sei o quanto as lembranças insistem em aparecer na sua mente. Eu sei que cada detalhe, cada lugar, faz você lembrar dele. Eu sei que você se proibiu de abrir aquela caixa com bilhetes, papéis, cartas, fotos, enfim, memórias. Mas eu sei também que você acabou fazendo o contrário, que já se viu abrindo a tal caixa diversas vezes e que ao fazer isso bateu uma saudade gritante no seu peito. Aquela música que ele cantou para você, a mesma música que tocou na primeira vez que vocês se beijaram, a música que era só de vocês, eu sei que você se proibiu de escutá-la. Eu sei que em algum dia você sentiu no ar aquele perfume que só ele tinha, e que ficou olhando para os lados na esperança de vê-lo novamente. Eu sei a falta que você sente do cheirinho dele. Eu sei como você sente falta dos amassos no elevador, no sofá, no cinema... e dos mil jeitos de esconder isso dos outros.
Eu sei da confiança que você tinha nele, sei das palavras de conforto que ele te dizia que nem eram tão extraordinárias assim, mas que para você soavam como o melhor poema do mundo. Eu sei que você fica relembrando aquelas conversas que até um tempo atrás pareciam ser tão inúteis, mas que hoje fazem muita falta. Sei da dor que você sente só de imaginar, que ele pode estar sendo feliz com outra pessoa. Seja pela falta, pela dor, pelas lembranças, pelos sonhos, eu sei muito bem das lágrimas que você já chorou e que infelizmente ainda vai chorar. Eu sei, e como eu sei. Também sei que você já cansou de encontrar jeitos para esquecê-lo, e que você talvez já se convenceu que nunca irá esquecer. Sei que você já buscou em outros rostos, outros corpos, uma forma de esgotar essa falta. Mas eu também sei que no final você viu que isso só aumentou seu sofrimento, e que assim descobriu que seu amor é realmente único e insubstituível. E eu sei que parece que ninguém entende o que você sente, e que tudo o que te dizem soa como "mais alguma coisa" para teus ouvidos. Eu sei que no meio de tantos amigos, risadas, momentos, você se sente perdida e que trocaria tudo pela companhia daquele menino. Eu sei o quanto você sente falta de fazer nada ao lado dele. Eu sei o quanto ele te dava atenção, e o quanto ele te fazia se sentir única e amada. Eu sei que você torce para seu celular tocar, e que seja ele dizendo que está com saudades e que quer muito voltar para você.
Eu sei que você espera todos os dias pra receber de volta aquela mensagem: "tenha um bom dia meu amor". Eu sei que você abre diversas vezes o seu e-mail esperando encontrar algum oi que seja. Eu sei o quanto você gostaria de ouvir só mais uma vez um "eu te amo". Eu sei como você amou esse garoto. E eu sei também, e mais do que ninguém, o quanto você ainda ama esse garoto.

- Fernanda Quartarolli

sábado, 22 de maio de 2010

Ciúme de você.

Parei pra filosofar sobre algo com o que tenho convivido muito: o ciúme.
Não, eu não tenho sentido ciúme de ninguém. Na minha situação, seria um tanto quanto bizarro. Mas meu mundo é rodeado desse sentimento (?) infeliz.

Assim como qualquer coisa na vida, o ciúme possui seu lado bom e seu lado ruim. E diferente da maioria das outras coisas, ciúme é necessário independente de tudo.

Seguindo o lado A, nos sentimos ainda mais amados quando sentem aquele ciuminho besta da gente. Pelo lado B, quando o ciúme passa do limite daquilo que é bobice, que é saudável, é um porre, é um inferno, é a pior merda que poderia acontecer na vida de alguém.
Ele vem, geralmente, de alguém com quem a gente sente vontade de passar a vida inteira do lado. E é daí que vem o problema.

Se a gente quer o ciumento do lado pra sempre, o ciúme vem incrustado em tudo aquilo que a gente deseja. Toda escolha traz suas consequêcias e enfim...

Eu não sinto ciúme. É fato. E por quê não sinto?
Bem ou mal, qualquer pessoa que tenha passado pela minha vida, passou porque quis. Nunca obriguei ninguém a nada, nem apontei armas pras cabeças de pobres coitados pra que ficassem do meu lado. Se estavam ali, dormindo e acordando comigo, era porque queriam, por livre e espontânea vontade. Poderiam estar com qualquer outra pessoa no mundo, mas escolheram estar comigo.
No dia em que o cidadão decidir que quer me botar um par de chifres, seja qual for a razão, ele vai botar e o tal do ciúme que eu sinto não vai impedi-lo. E proibir seu namorado de sair sozinho, com os amigos ou com o raio que o parta, também não impede que isso aconteça. Quando alguém quer algo, arruma um jeito. Ele vai te dizer que vai na padaria comprar três filõezinhos e você vai acreditar.
É normal sentir medo que aquilo que é nosso se vá, e é normal cuidar pra que isso não aconteça. Mas as pessoas cuidam do jeito errado. Porque perder tempo brigando por ciúme, quando podíamos gastar esse tempo sendo feliz, vivendo bons momentos, dando motivos pra que aquele alguém só queira estar do nosso lado..?
Não vejo sentido em estar com alguém que eu pense que possa me trair a qualquer momento. Isso é masoquismo. E se ao meu lado estiver alguém que possa me machucar na primeira oportunidade livre que tiver, bom mesmo é que aproveite a liberdade que sempre há de ter comigo e mostre as garras logo cedo, pra que eu saiba de começo quem é que trago comigo.

Pois é.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Mas o estrago que faz, a vida é curta pra ver.

Ignore o título. Ele só está ai porque era a música que estava tocando e foi. Eu nunca soube intitular textos.
E acho que não sei mais escrever.

Acabo de encontrar meu blog antigo. É engraçado como a vida adora esfregar certas coisas no nosso nariz. Dessa vez, ela usou todas aquelas palavras e histórias pra me mostrar o quanto minha vida é vazia.
Hoje mais cedo vim até aqui e escrevi muito. Era um texto péssimo, sem pé nem cabeça, cheio de internas, clichês e erros de português. Não publiquei, claro. Tenho bom senso.
Não que esse post vá ficar melhor, mas pelo menos...

Tá vendo o que acontece? Eu chego aqui, escrevo umas palavras, mas me faltam outras pra completar os sentidos e eu nunca as encontro.
Acho que meus blogs refletem a minha vida. Meus primeiros eram fúteis, imaturos. O penúltimo era profundo, intenso. Esse? Eu ainda não entendi o seu propósito.
Assim como a minha vida atualmente. É um caminho de nada indo a lugar nenhum.
Não é por falta de objetivo, de traçar metas. Acho que é falta de gosto, falta de sonho ou qualquer outra falta.
É a sensação do tédio intravenoso, ir dormir depois de um dia vazio e acordar sem expectativas. É o não se interessar por nada, é o não enxergar beleza em nada, é o não se divertir com nada. É o grande fucking vazio.

Vazio. É isso.

Esquece, Aliny. O vazio é vazio. Não há muito mais que você possa falar sobre ele.

Alguém me indica um analista?


Quando você tenta o seu melhor, mas não tem sucesso.
Quando você consegue o que quer, mas não o que precisa.
Quando você se sente cansado, mas não consegue dormir.
Quando as lágrimas começam a rolar pelo seu rosto.
Quando você perde algo que não pode substituir.
Quando você ama alguém, mas é desperdiçado.
Quando você está muito apaixonado para esquecer.
Pode ser pior?

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Alter ego.

"Estou cansado de ser vilipendiado, incompreendido e descartado. Quem diz que me entende, nunca quis saber...
Aquele menino foi internado numa clínica, dizem que por falta de atenção dos amigos, das lembranças, dos sonhos que se configuram tristes e inertes.
Como uma ampulheta, imóvel, não se mexe, não se move, não trabalha.

E Clarisse está trancada no banheiro e faz marcas no seu corpo com seu pequeno canivete...Deitada no canto, seus tornozelos sangram.
E a dor é menor do que parece quando ela se corta, ela se esquece que é impossível ter da vida calma e força...Viver em dor, o que ninguém entende, tentar ser forte a todo e cada amanhecer.
Ninguém entende, não me olhe assim com este semblante de bom-samaritano cumprindo o seu dever como se eu fosse doente, como se toda essa dor fosse diferente, ou inexistente.
Nada existe pra mim, não tente. Você não sabe e não entende.
E quando os antidepressivos e os calmantes não fazem mais efeito, Clarisse sabe que a loucura está presente e sente a essência estranha do que é a morte, mas esse vazio ela conhece muito bem.
De quando em quando é um novo tratamento, mas o mundo continua sempre o mesmo...O medo de voltar pra casa à noite, os homens que se esfregam nojentos no caminho de ida e volta da escola, a falta de esperança e o tormento de saber que nada é justo e pouco é certo, e que estamos destruindo o futuro, e que a maldade anda sempre aqui por perto, a violência e a injustiça que existe contra todas as meninas e mulheres, um mundo onde a verdade é o avesso e a alegria já não tem mais endereço...

Clarisse está trancada no seu quarto com seus discos e seus livros, seu cansaço...

Eu sou um pássaro. Me trancam na gaiola, e esperam que eu cante como antes.
Eu sou um pássaro, me trancam na gaiola...Mas um dia eu consigo existir e vou voar pelo caminho mais bonito.

Clarisse só tem 18* anos."

domingo, 16 de maio de 2010

Você, que eu não conheço mais...

Ausência.
A sua é aquela que hei de sentir pra sempre, aquela que sei que não será preenchida facilmente, aquela que vai doer, que sangra, que ainda grita de tempo em tempo.
Mas deixa estar. Por um tempo, pensei que nunca havia de me acostumar...Pois me acostumei.
A vida é assim, algumas lacunas são abertas pra que nunca mais se fechem e a gente tem que aprender a lidar com isso. Dizem que a vida continua...E continua mesmo.
Ninguém vai ter aquele sorriso, nem aquele olhinho preto, nem o dom de me fazer sorrir nos piores momentos. Mas sabe...Existem outras formas de sorrir, outros olhares, e no pior momento dos últimos tempos, você não estava aqui pra me ajudar. E não é que ele passou mesmo sem você?

A gente não precisa de ninguém pra ser completo. Todo mundo passa pelas nossas vidas com algum propósito e com você não foi diferente. Chegou, me mudou, me ensinou coisas que eu precisava realmente aprender e nas quais eu errei muito com você, e foi embora.
Se algum dia você acabar lendo isso (o que eu duvido muito), espero que saiba que eu não consegui sentir raiva nem por um segundo. E que a sua lembrança vai ser algo bom que eu sempre hei de carregar. Vou te levar assim, com todas as dores, todas as feridas e todas as promessas não cumpridas. E há de ser bom, ainda assim.
Vou te levar em algum cantinho do peito por todos os caminhos pelos quais dou os primeiros passos agora, e vou viver outros amores, outras histórias, outros sentimentos, outros mundos.
A gente não muda o que viveu, e eu também não me interesso em apagar.
Mas o mundo gira, e bota sempre tudo no lugar.