Houve um tempo em que eu vinha aqui pra esbravejar minha apatia com relação ao mundo. Passei tanto tempo sem me importar com nada, mantendo a pose, racionalizando cada passo. Hoje sei que a gente nunca é tão forte quanto pensa ser, que ninguém é o superman e mesmo que o fôssemos, kryptonita tá ai pra provar que até ele pode enfraquecer.
Enfraqueci e passei a vir aqui pra esbravejar minhas dores. Passei a sentir demais, amar demais, sofrer demais e olha que o pior não passou por aqui. Guardei pra mim as feridas mais profundas e cuidei sozinha de cicatrizar cada escara.
Hoje você se pergunta o que é que mudou, o que foi que aconteceu, pensa ter perdido. Não perdeu. Ainda sou aquela que transborda amor por entre os dedos e acho ótimo poder assumir aqui que te amar é meu defeito incorrigível. O que aconteceu foi que eu precisei corrigir muitos outros defeitos pra poder manter esse. Precisei acatar seu pedido de resgate da boa e velha mulher independente emocionalmente. É engraçado que te assuste algo que foi desejado por você mesmo, mas não te culpo. A verdade é que resgatei sim meu amor próprio, minha segurança, minha independência, mas essas características nunca vão estar presentes em totalidade no peito de alguém que decidiu amar, decidiu dividir o amor que tinha com alguém. O que te assusta é não saber disso, não fazer noção de que muito da minha segurança e falta de preocupação é casca, é cena. Eu tive que mesclar a independente com a mulher que ama e recriar uma nova de mim. Eu dependo, eu amo, eu te preciso como sempre precisei, mas escolhi me livrar da doença, da obsessão. Resolvi me encontrar pra não te perder.
Então hoje, do alto dos meus 20 anos, aprendi a maior lição que o coração de uma mulher precisa entender: amar é um jogo, é estratégia. Espontaneidade e sinceridade nem sempre são bem vindos nessas histórias onde transparências só são totalmente aceitáveis em lingeries. Eu finalmente aprendi.
love's not a competition, but i'm winning